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Gallo se diz 'aliviado' por ser só técnico

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 26/03/2015 às 16:51
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Alexandre Gallo perdeu a coordenação das categorias de base da CBF após o mau desempenho da seleção brasileira sub-20 no Sul-Americano / Foto: AFP

Alexandre Gallo perdeu a coordenação das categorias de base da CBF após o mau desempenho da seleção brasileira sub-20 no Sul-Americano Foto: AFP

Alexandre Gallo perdeu a coordenação das categorias de base da CBF após o mau desempenho da seleção brasileira sub-20 no Sul-Americano do Uruguai, em janeiro, mas diz que uma coisa não teve nada a ver com a outra. Segundo ele, já estava acertada a mudança entre ele e o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, desde setembro de 2014. Hoje, Gallo está "apenas" como treinador dos times sub-20, que entre maio e junho disputará o Mundial da Nova Zelândia, e olímpico (sub-23), que se prepara para os Jogos do Rio-2016.

"Eu sou técnico, estava como coordenador por uma contingência. Não tem nada a ver com o resultado essa mudança, foi algo feito porque eu estava sobrecarregado", disse Gallo nesta quinta (26), em Vitória.

Nesta sexta (27) a seleção olímpica fará um amistoso contra o Paraguai sub-23, às 21h30, em Cariacica, região metropolitana da capital capixaba.

Em entrevista à reportagem, o novo coordenador de base da CBF, o ex-palmeirense Erasmo Damiani, disse que os clubes já queriam que Gallo deixasse de acumular os cargos porque viam dificuldade em o profissional se preocupar com questões técnicas e administrativas.

"Era realmente muitos afazeres nessas duas questões. Mas acho que fiz um bom trabalho [como coordenador]", disse Gallo. Além de perder a coordenação, Gallo também viu sua comissão técnica, tanto do time sub-20 quanto da equipe olímpica, ser toda trocada. Saiu, por exemplo, seu parceiro de longa data Maurício Copertino, como auxiliar, para a entrada de André Luis Ferreira, atualmente na Ponte Preta e que jogou ao lado de Gilmar Rinaldi e Dunga, técnico da seleção principal, no Inter.

"Consultei minha antiga comissão, e eles foram unânimes em dizer para eu seguir em frente e continuar o trabalho. São dois anos e dois meses preparando esse time olímpico, com bons resultados", disse Gallo, afirmando que participou da montagem da nova comissão técnica e que já conhecia os profissionais escolhidos.

Gallo repetiu na entrevista o que já havia falado ao presidente eleito Marco Polo Del Nero, quando a possibilidade de ele perder também o cargo de treinador surgiu: não se pode confundir os trabalhos na sub-20 e na olímpica.

Mesmo assim, o treinador admite que é uma linha tênue. No Mundial sub-20 de maio e junho, um resultado ruim pode fazer com que ele perca os dois cargos. "Pressão no futebol sempre existe, é uma questão cultural. O importante é deletar as coisas que você percebe ser pessoal e seguir em frente com o trabalho. Tem que ter personalidade e 'caixa' para dominar isso no peito", disse.

PREPARAÇÃO OLÍMPICA
Gallo disse que enxugou a lista de jogadores que estão sendo observados para os Jogos do Rio. De uma lista inicial de 45 a 50 atletas, esse número já diminuiu para 32.

Para os amistosos contra Paraguai sub-23 e México sub-23, este segundo jogo no domingo (29), em São Luis-MA, Gallo pretende colocar em campo os 23 convocados.

"Será um time contra o Paraguai, e outro totalmente diferente contra o México. Não posso convocar um jogador que está na Europa e colocá-lo para jogar 15 minutos. É importante o atleta ser observado por 90 minutos", disse Gallo.

O técnico ainda terá ao menos mais cinco datas Fifa para convocar os principais atletas que pretende observar para a Olimpíada, com exceção, claro, de Neymar e os outros dois que pretende levar com mais de 23 anos, como conta no regulamento da competição, que estarão servindo o time de Dunga.

Esses dois outros dois atletas acima dos 23 anos na Olimpíada devem ser um goleiro e outro atacante. Para o jogo contra o Paraguai, Gallo colocará em campo Jacsson (Inter); Cláudio Winck (Inter), Rodrigo Ely (Avelino), Wallace (Monaco) e Wendell (Bayer Leverkusen); Lucas Silva (Real Madrid), Rodrigo Caio (São Paulo), Rafinha Alcântara (Barcelona) e Felipe Anderson (Lazio); Alisson (Cruzeiro) e Vitinho (Inter).

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