Zurique

Vice da Fifa ameaça deixar cargo se Blatter for reeleito

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 28/05/2015 às 16:47
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O ex-presidente do Manchester United foi eleito dois meses atrás para um mandato de quatro anos / Foto: divulgação

O ex-presidente do Manchester United foi eleito dois meses atrás para um mandato de quatro anos Foto: divulgação

A pressão dos ingleses pela renúncia de Joseph Blatter à presidência da Fifa é cada vez maior. Após o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, pedir que o suíço deixe o cargo após a prisão de diversos dirigentes da federação por envolvimento um suposto esquema de corrupção, e da FA (Federação Inglesa) dizer que o caso é "muito grave", agora foi a vez de um vice-presidente da Fifa, o inglês David Gill, 57, afirmar que deixará o cargo se Blatter for reeleito nesta sexta-feira (28).

O ex-presidente do Manchester United foi eleito dois meses atrás para um mandato de quatro anos, mas disse que o atual escândalo englobando a Fifa tornou impossível a ideia de servir ao suíço.

"Fiquei encantado quando os países da Uefa votaram em mim. O que mudou minha mente? Os eventos sísmicos de ontem [quarta-feira, 27]. Reconheço e percebo que estar nesta organização seria fútil e não acho que é o certo para mim e, mais importante, não acho que é certo para o futebol e para a Uefa", disse o inglês nesta quinta (28).

Gill acrescentou que assim como maior parte dos países da Uefa, ele também está apoiando a candidatura de Ali bin Al Hussei, príncipe da Jordânia. "O príncipe Ali é um candidato com credibilidade e plausível, que pode levar a Fifa para frente", disse.

"Ficaria encantado de trabalhar com ele. Ser vice-presidente da Fifa seria uma honra, mas seria uma nova Fifa, não a que temos", acrescentou.
O presidente da FA, Greg Dyke, havia declarado na quarta que os supostos casos de corrupção na Fifa são "muito graves" e reiterou seu apoio ao príncipe jordaniano como candidato a presidente da entidade.

Dyke disse que duvida que a FIfa possa ser reformada com Blatter à frente e opinou que, "considerando as circunstâncias atuais", seria preciso avaliar "se é apropriado continuar adiante com as eleições".

Um porta-voz oficial do primeiro-ministro Cameron, que está em viagem por vários países europeus, disse que o primeiro-ministro é a favor de uma reforma da entidade e que "apoia totalmente" a FA no suporte à candidatura do príncipe jordaniano.

"A responsabilidade na administração do futebol é dos administradores do futebol, mas a FA apoia a candidatura do príncipe Ali. E nós apoiamos a FA", comentou o porta-voz.

Perguntado se a próxima Copa do Mundo deveria ser realizada na Inglaterra, o porta-voz afirmou que, embora muitos ingleses tenham se sentido decepcionados por perder a escolha da sede, "inclusive o primeiro-ministro", "o foco agora tem que estar na investigação e na reforma da Fifa".

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