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EUA pede extradição de dirigentes da Fifa detidos na Suíça

Marcella César de Albuquerque Falcão
Marcella César de Albuquerque Falcão
Publicado em 02/07/2015 às 9:00
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Os sete dirigentes foram acusados de corrupção e lavagem de dinheiro pela justiça americana / Foto: Fabrice Coffrini / AFP

Os sete dirigentes foram acusados de corrupção e lavagem de dinheiro pela justiça americana Foto: Fabrice Coffrini / AFP

A Suíça anunciou nesta quinta-feira (2) que recebeu o pedido de extradição dos Estados Unidos para sete dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, e de organizações vinculadas à entidade detidos em Zurique, acusados de corrupção, um processo que pode demorar meses.

O envio do pedido formal de extradição é o primeiro passo de um processo que deve ser bastante longo, já que os detentos expressaram há algumas semanas que seriam contrários à transferência aos Estados Unidos. Legalmente, eles têm o direito de apelar às autoridades suíças.

Os acusados, que estão em diferentes prisões do cantão de Zurique, devem ser interrogados pela polícia local sobre suas demandas, informou o Escritório Federal de Justiça (OFJ) em um comunicado.

"Em 1º de julho, a embaixada dos Estados Unidos em Berna transmitiu à Suíça o pedido de extradição formal, dentro dos prazos previstos pelo tratado de extradição entre os dois países", afirma um comunicado do OFJ. 

Após as detenções, que aconteceram em 27 de maio, a justiça dos Estados Unidos tinha prazo de 40 dias para apresentar as demandas formais de extradição ou para solicitar um adiamento. 

As detenções aconteceram na véspera do congresso da Fifa para escolher seu presidente, uma reunião que confirmou no cargo o suíço Joseph Blatter, que apenas quatro dias depois da votação renunciou ao cargo.

Os sete dirigentes foram acusados de corrupção e lavagem de dinheiro pela justiça americana. 

No dia 20 de maio, um tribunal de Nova York emitiu a ordem por acusações de que os dirigentes teriam recebido subornos que superaram 100 milhões de dólares, explicou o OFJ.

A justiça federal de Nova York indica que os acusados supostamente receberam dinheiro de representantes de entidades esportivas e de empresas envolvidas com os direitos de transmissão, comercialização e patrocínio de torneios de futebol nos Estados Unidos e na América Latina. 

Segundo a justiça americana, os atos de corrupção foram concebidos em seu país e aconteceram por meio de transferências financeiras tramitadas por bancos americanos, destacou o OFJ.

Uma vez notificados pela polícia sobre o pedido de extradição, os sete dirigentes terão 14 dias para tomar uma decisão, mas o prazo pode ser prorrogado por mais 14 dias, com bases jurídicas justificadas. 

Depois, a justiça de Berna decidirá "nas semanas seguintes, com base nos pedidos de extradição, nas audiências com os detidos e seus depoimentos, se devem ser extraditados". 

As decisões de extradição do OFJ podem ser objeto de um recurso em um tribunal penal federal, cuja decisão ainda pode sofrer um apelo em última instância. 

Em uma entrevista concedida na quarta-feira à revista alemã Bunte, Blatter disse que entende as críticas à entidade, mas que as acusações são infundadas. 

"Aceito a crítica construtiva, mas alguém que diz que Blatter é corrupto porque a Fifa é corrupta, não posso fazer mais que negar", afirmou. 

Paralelamente, a justiça suíça investiga os processos de escolha da Rússia e do Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

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