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Real e Atlético decidem a Champions em clássico com sabor de revanche

Ingrid
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Publicado em 27/05/2016 às 19:08
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Zinedine Zidane, técnico atual dos

Zinedine Zidane, técnico atual dos 'merengues', ainda era auxiliar do italiano Carlo Ancelotti, mas o argentino Diego Simeone já estava à frente do Atlético, que comanda com sucesso desde 2012. Foto: Gerard Julien / AFP

Como aconteceu há dois anos, a grande final da Liga dos Campeões será 100% madrilenha, com técnicos e estilos de jogo totalmente opostos no clássico entre Real Madrid e Atlético, neste sábado (28), no estádio San Siro de Milão.

Em 2014, em Lisboa, o Real venceu por 4 a 1 na prorrogação, um desfecho cruel para os 'colchoneros', que tinham a mão na taça até Sergio Ramos empatar em 1 a 1 nos acréscimos, abrindo o caminho para a conquista da tão esperada 'La décima'.

Na época, Zinedine Zidane, técnico atual dos 'merengues', ainda era auxiliar do italiano Carlo Ancelotti, mas o argentino Diego Simeone já estava à frente do Atlético, que comanda com sucesso desde 2012. A final deste sábado coloca frente à frente dos jogadores de caraterísticas opostas, que se enfrentaram várias vezes nas décadas de 90 e 2000.

Simeone, conhecido pela garra em campo, continua transmitindo o espírito de luta aos jogadores, enquanto Zidane, um gênio com a bola no pé, prefere transmitir o máximo de serenidade. O próprio argentino fez questão de elogiar o ex-craque francês. "Temos que parabenizar Zidane pelo trabalho fabuloso, ele deu intensidade e velocidade ao ataque e deu tranquilidade à equipe", comentou.

 

SEDE DE VINGANÇA-  Na única vez em que se enfrentaram como treinadores de Real e Atlético, em fevereiro, 'Zizou' não encontrou soluções diante do nó tático imposto por 'El Cholo' e sofreu seu primeiro revés no comando dos 'merengues', com derrota por 1 a 0 em pleno estádio Santiago Bernabéu.

Na Liga dos Campeões, os dois times tiveram trajetórias bem diferentes. Enquanto Real teve um caminho bastante fácil rumo à 'undécima', com confrontos com os inexperientes Wolfsburg e Manchester City nas quartas e semifinais, o Atlético cruzou o caminho de grandes favoritos ao título.

A trajetória dos 'colchoneros' poderia inspirar o diretor americano Quentin Tarentino para uma refilmagem futebolística da saga Kill Bill, com a vingança como temática principal.

Nas quartas, o 'Atleti' eliminou o Barcelona, quando o 'Cholismo', estilo pragmático de Simeone, triunfou do 'Tika-Taka' catalão, dando o troco na derrota por 2 a 1 de janeiro que pode ter custado ao time de Madri o título espanhol.

Na semi, mais uma oposição de estilos, contra o Bayern de Pep Guardiola, que reinventou o jogo do Barça, e mais uma vingança. Foi a vez de vingar a derrota traumática sofrida na decisão de 1974 para o Bayern de Munique, com mais um gol que impediu o título nos minutos finais, como quarenta anos depois.

No sábado, a saga chegará ao seu ápice, já que o 'Atleti', antes primo pobre e eterno freguês do Real, terá a oportunidade de lavar a alma diante do arquirrival, deixando para trás a final de 2014. Zidane não tem sede de vingança, mas tentará provar que é digno de treinar um grande clube como o Real apesar da pouca experiência.

Como o francês disse recentemente, "o primeiro objetivo" foi alcançado com a classificação para a final, mas uma derrota pode colocar tudo a perder, tanto que já existem rumores de que corre risco de ser demitido se não voltar de Milão com a 'undecima'.

Em 2002, 'Zizou' já tinha sentido o gostinho de levantar a 'Taça Orelhuda' como jogador, ao marcar um gol antológico na vitória sobre o Bayern Leverkusen, em Glasgow.

 

DUELO DE LATERAIS BRASILEIROS-  Dessa vez, o francês não poderá balançar as redes, mas contará com o craque português Cristiano Ronaldo, maior artilheiro da história da competição, com 94 gols marcados.

Foram 16 apenas nesta temporada, um apenas que o próprio recorde para uma única edição da Champions, que estabeleceu em 2014, quando conquistou 'La Decima'.

A forma física de CR7 ainda é uma incógnita, mas o próprio jogador fez questão de tranquilizar a torcida ao afirmar que estaria em condições "perfeitas" para a grande final, apesar de ter interrompido um treino mais cedo na terça-feira. Do lado do Atlético, a principal aposta de gols é o francês Antoine Griezmann, que marcou 32 vezes em 53 jogos nesta temporada.

Três brasileiros devem ser titulares em Milão, com um duelo à distância de laterais esquerdos entre Marcelo, do Real, e Filipe Luís, do Atlético, sendo que apenas o segundo foi convocado por Dunga para a Copa América do Centenário.

Quem também irá aos Estados Unidos em junho é o volante Casemiro, que ajudou a equilibrar o meio de campo 'merengue'. Antes da bola rolar, o cantor lírico Andrea Bocelli e a diva pop Alicia Keys tentarão esquentar o clima, que promete se explosivo quando os dois times entrarão em campo.

 

- Prováveis escalações:

 

Real Madrid: Keylor Navas - Dani Carvajal, Sergio Ramos, Pepe, Marcelo - Luka Modric, Casemiro, Toni Kroos - Gareth Bale, Karim Benzema, Cristiano Ronaldo. T: Zinedine Zidane (FRA)

 

Atlético: Jan Oblak - Juanfran, Stefan Savic o José Giménez, Diego Godín, Filipe Luis - Saúl Ñíguez, Koke, Gabi, Augusto Fernández ou Yannick Carrasco - Antoine Griezmann, Fernando Torres. T: Diego Simeone (ARG)

 

Árbitro: Mark Clattenburg (ING)


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