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Abertura da Paralimpíada promete ser multissensorial

Marina Padilha
Marina Padilha
Publicado em 06/09/2016 às 19:11
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Paralimpíada vai usar a mesma estrutura dos Jogos Olímpicos. / Foto: Rio 2016.

Paralimpíada vai usar a mesma estrutura dos Jogos Olímpicos. Foto: Rio 2016.

Mesmo quebrando um pouco o elemento surpresa, ainda dá para imaginar um pouco como será a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos 2016, a partir das 18h desta quarta-feira (7), no Maracanã, Rio de Janeiro, e que deve durar três horas. Cerca de 2 mil voluntários e outros 500 profissionais vão trabalhar diretamente na festa, que tem direção criativa do escritor e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva. Ele divide o trabalho com o artista plástico Vik Muniz e o designer Fred Gelli. Gelli, inclusive, prometeu que o evento será multissensorial, para, segundo ele, acabar com a "ditadura da visão".

Paiva adiantou que a cerimônia terá um cunho político. "Não vai ser piegas, não vai envergonhar. Você vai chorar de emoção em alguns momentos. Vai ser quase como um truque de mágica, com muitos ‘pop-ups’, como aquele livro infantil, sabe? Com muita ilusão de ótica. O Vik adora mágica', disse Paiva, em entrevista ao site oficial do evento.

E um dos grandes desafios do trio era transbordar emoção sem escorregar para a pieguice. O que contribuiu bastante foram os workshops que o trio participou nos dois anos em que vêm trabalhando no projeto. "Nos primeiros workshops, algumas vezes eu tinha que fazer eles fugirem do lugar comum, refletirem um pouco mais profundamente sobre o esporte de deficientes, como as deficiências devem ser vistas. Foi muito fácil, eles pegaram muito rápido, porque são artistas, pessoas brilhantes. Acho que o clichê é a pura preguiça de criar."

O que já foi divulgado é que no início da festa, o skatista Bob Burnquist vai acompanhar o atleta Aaron Wheelz, que realiza manobras tão radicais quanto o brasileiro numa cadeira de rodas. A dupla vai deslizar de uma mega rampa, que sai do meio do público. A cultura carioca não será deixada de lado, principalmente a praieira, como o mate gelado e o frescobol.

Um total de 2.500 fantasias serão utilizadas com as ideias do estilista Ronaldo Fraga. Na parte musical, um dos pontos altos será o Hino Nacional Brasileiro tocado ao piano pelo maestro João Carlos Martins.  "Não importa a idade, um convite como esse deixa você não com frio, mas com uma geladeira na barriga. Me sinto um privilegiado porque, se os atletas são heróis, os paratletas são super-heróis. E tudo isso eu farei ao lado do meu fiel companheiro, o piano".

O desfile das delegações será diferente da Olimpíada. A pedido dos próprios atletas, eles entram no estádio logo no início, por volta dos 18 minutos depois do início oficial. A bandeira do Brasil será levada por um deficiente que não é atleta e a promessa é de emocionar bastante o público. "Preparem os lencinhos para este momento", disse Rubens Paiva.

'GISELE'

Se Gisele Bundchen causou furor ao desfilar sob o som de Garota de Ipanema, a abertura paralímpica também vai ter uma versão da ex-modelo. A honra caberá à Amy Purdy, uma das maiores atletas do snowboard paralímpico. A única informação que se sabe é que a participação dela terá entre quatro e cinco minutos com direito a muita dança. "Minha apresentação tem a ver com a relação humana com a tecnologia. E mostra como o espírito humano é mais forte que a tecnologia. Mas no esporte paralímpico é preciso ter os dois, eles estão muito ligados. É esta mensagem que pretendo passar", disse a atleta.

PERNAMBUCANOS

O estado será representado por dez atletas. Quer conhecê-los?

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