Substâncias

Agências antidoping pedem exclusão da Rússia de esportes intenacionais

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 11/01/2017 às 18:06
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A Rússia é a sede da próxima Copa do Mundo, no ano que vem. / Foto: AFP.

A Rússia é a sede da próxima Copa do Mundo, no ano que vem. Foto: AFP.

Os dirigentes de 19 agências nacionais antidoping pediram que a Rússia seja proibida de participar e receber competições esportivas internacionais, incluindo a Copa de Mundo de futebol de 2018, até que o país encontre um sistema efetivo para combater o uso de substâncias proibidas.

Em um comunicado publicado depois de uma reunião em Dublin, as agências nacionais pediram que a Agência Mundial Antidoping (AMA) assuma a investigação, atualmente nas mãos do Comitê Olímpico Internacional. A organização apura o possível programa nacional de doping que beneficiou a mais de 1.000 atletas russos, segundo as conclusões de um informe do juiz canadense Richard McLaren.

A Rússia, que nega as acusações, vai organizar o Mundial de futebol de 2018 sob a suspeita de desonestidade esportiva dos últimos anos.

As agências que assinaram o comunicado, entre elas Espanha, Alemanha, França e Estados Unidos, admitiram que os atletas russos que passaram por inúmeros testes deveriam poder competir, mas sem bandeira.

"Esperamos que estas propostas ajudem o esporte a superar estes tempos obscuros e abram o caminho para um futuro brilhante", afirma o comunicado.

"Mas para isso, temos que ir passo a passo, e uma das condições é que os responsáveis do sistema estatal de doping da Rússia prestem contas", acrescentou o texto.

Rússia em cheque

A Rússia diminuiu a importância do pedido e informou que a solicitação das agências é uma tentativa de desacreditar o país.

"Não levem a serio essas declarações. Trata-se de um ataque destinado tirar o crédito do esporte russo", denunciou o vice-primeiro ministro russo, Vitali Mutko, segundo a agência R-Sport, citada por Ria Novosti.

A imagem da Rússia no mundo esportivo vem sendo manchada pelas evidências de um esquema de doping patrocinado pelo Estado. A polêmica tirou o atletismo e toda comissão Paralímpica dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Moscou tem negado com consistência a existência da trapaça patrocinada pelo governo, que diz fazer tudo em seu alcance para reformar o sistema de controle de doping. A aposta tem o objetivo de quebrar o uso de substâncias proibidas.

Travis Tygart, chefe da Agência Antidoping Americana, comentou que o banimento da Rússia deveria incluir a Copa do Mundo de 2018, sediada no país.

"Nós continuamos a escutar dos atletas participantes (das agências que divulgaram a petição) que suas preocupações não foram passadas adiante", comentou Tygart.

"Por isso, estamos reafirmando a urgência para a Rússia assumir a responsabilidade e dar garantias", acrescentou.

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